Acreditar no impossível, às vezes, é perpetuar a dor
E o que distingue o possível do sonho, às vezes, não é o desejo
Porém, pior é saber que a Nau de suas emoções ruma para o desconhecido
E, sem a certeza do retorno, o impossível transforma-se em desespero.
Aquele que, em vão, alimenta tentar entender além de seu íntimo
Agora luta contra si mesmo procurando entender-se
Não enxerga a verdade tão clara à frente
Mergulha na mentira criada em demasia e sem prumo
E não entende mais nada, nem mesmo o que sente.
Sente culpa e se culpa
Sente raiva de si e se culpa
Torna-se refém de seus delírios
Age como ator mascarando sua tristeza
E, sem culpa, adormece os sonhos
Enxergando a verdade clara, e toda sua destreza.
E o tempo corta o cotidiano como o punhal ao papel
Tornando-o figura de sua própria agonia
Que, sem fôlego, se vê perdido em sua maior batalha
Organizando os mortos de sua própria morada
No interior de uma alma, por dor e culpa, já devastada.
Agora, acreditar no impossível é viver a mentira
É entender como perda de liberdade emocional;
Como perda do único porto seguro: a razão!
Encontra-se impetuoso e incoerente
Vê-se um objeto no universo sem deixar de ser gente.
E quando essa mentira se vai
E a verdade apresenta-se Punhal
O ser, abatido, chora...
Sente que perdeu o impossível para acreditar, admirar ou amar.
Já não se sente confortável no novo cenário
E se afasta do convívio, conversas... Afasta-se do lugar.
A mentira é a poesia e o ser poeta
A mentira é não ser romântico
É esquecer a essência do eu vivo
Não sou poeta na mentira...
Mentira de ser quem não sou ou na mentira que cultivo.
César Vasco