Não sou feito de metal
Nem sou programado pra desligar as minhas emoções.
Sou feito de sonhos impossíveis
E nos possíveis, sobrevivo.
Porém, hoje desejo ser máquina!
Para não ter que sentir corações
Para não sonhar emoções...
Poderiam dar-me um olho biônico
Para enxergar além-mar,
O sonhador em seu barco a velejar.
Mas, o que eu não quero agora,
É enxergar com os meus olhos sem luz,
A essência das almas claras,
Viver sozinho o meu interior no interior de um lar,
Não quero ter essa necessidade cotidiana de amar.
Pois, tudo escureceu!
Como a lua cobrindo o sol
Um mundo sem luz de emoção turva
Um mergulho num breu de agonias
A realidade exposta de forma bruta
Realidade absoluta!
Observações sem falas nem condutas
Desilusão...
Tristeza...
E como eu queria, hoje, ser máquina!
Deletar as lembranças que não cansam de se repetirem
Trocar a máscara da minha idade
Sorrir com outra realidade.
Ser máquina para não reparar a beleza feminina
Ser máquina e não adorar tal beleza
Esquecer o romantismo que me veste
Assassinar o cupido!
Perder o status de nobreza ( que nobreza?),
Não ser refém dos próprios sentimentos
Ou fábrica de ilusões e pensamentos.
Gostaria de ser máquina...
Para não sonhar, cantar ou ter que acordar.
Ser máquina, apenas!
Com um reluzente botão de desligar.
César Vasco
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