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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu, o Amor!


Se pessoa fosse,
Escreveria cartas de amor ridículas e felizes
Deixaria extravasar pelos dedos o que sei do amor
Em letras, meus sentimentos e seus deslizes.

E assim, sendo pessoa,
Viveria a essência das músicas e livros
Seria pessoa e conteúdo
Descartaria a mesmice e seus ritos.

Se pessoa fosse,
Não falaria do ridículo-romântico
Seria o próprio!
E dos versos de amor, seria semântico.

Sendo pessoa,
Procuraria a igualdade em pessoas diferentes
Apaixonar-me-ia por uma pessoa assim
E a enxergaria bela, sentindo-me mais gente.

Se pessoa fosse,
Nem me preocuparia em entender o amor
Simplesmente, viveria a amar!
Como fazem os românticos de corredor
Sentiria, como eles, a sensibilidade do ridículo ao sonhar.

Sendo pessoa,
Não seria tímido, autocrítico nem frágil.
Nem esqueceria a natureza do ser
Desejaria ser destemido e ágil.

Mas nada disso posso fazer
Não sou pessoa!
Sou tomado pelo abstrato sem cor
E com muito orgulho do que sou,
Sustento aos ridículos e aos românticos o meu nome: Amor!

César Vasco

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