Se pessoa fosse,
Escreveria cartas de amor ridículas e felizes
Deixaria extravasar pelos dedos o que sei do amor
Em letras, meus sentimentos e seus deslizes.
E assim, sendo pessoa,
Viveria a essência das músicas e livros
Seria pessoa e conteúdo
Descartaria a mesmice e seus ritos.
Se pessoa fosse,
Não falaria do ridículo-romântico
Seria o próprio!
E dos versos de amor, seria semântico.
Sendo pessoa,
Procuraria a igualdade em pessoas diferentes
Apaixonar-me-ia por uma pessoa assim
E a enxergaria bela, sentindo-me mais gente.
Se pessoa fosse,
Nem me preocuparia em entender o amor
Simplesmente, viveria a amar!
Como fazem os românticos de corredor
Sentiria, como eles, a sensibilidade do ridículo ao sonhar.
Sendo pessoa,
Não seria tímido, autocrítico nem frágil.
Nem esqueceria a natureza do ser
Desejaria ser destemido e ágil.
Mas nada disso posso fazer
Não sou pessoa!
Sou tomado pelo abstrato sem cor
E com muito orgulho do que sou,
Sustento aos ridículos e aos românticos o meu nome: Amor!
César Vasco
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