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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Carol Coral

Carol,
Caracol de coral
Ou verso sem verso de Cora Coralina
Ou canto de coral
Linda como as cores de cobra coral
Carol, que de tanta cor na alma
Contradiz a tristeza
Como toda cor de Carol: coral!
A mais bela da corte.

César Vasco

Amanhã estarei pensando em você

Quando o pálido de tuas mãos já não encontrar verdade
E elas sentirem que o abstrato tem forma
Restará a lembrança de alguém que te falou de amor
De alguém que não obedeceu à norma

Aí, ficará tão evidente o sentimento puro que passou,
Que te dará o péssimo pensamento do vivo passado.
Dará um formigamento na pálida mão
E à tua frente, sem perceber, verá poemas para ti rasgados.

Terei varias primaveras à frente
E, mesmo à frente, acho que amarei o pálido...
Com gosto do rosto ávido e diferente
De alma e conduta de ser cálido.

Foram sempre os adjetivos para ti:
Diferente, cálido... Beatles e sentimento
Como gosto de Beatles... gosto de something!
Gosto de contigo, todos os momentos.

Este é um poema para o amanhã
Poema para a cápsula do tempo
Para lembrar-te que um dia houve amor (Vai precisar)
Lembrar-te que o amor é o maior alimento.

César Vasco

terça-feira, 28 de junho de 2011

Salvando a Cultura

Tentando fugir do óbvio
Ou do maldito intelecto dispensável
Afirmo: eu não sou normal!
Sou da minha paciência, responsável
Afasto meus gostos do mau
E de todas as pessoas sem sal

Cansei de ouvir: eu não te entendo!
Assumo meu conteúdo esdrúxulo
Meus interesses são incomuns
E ainda acho que a mesmice é, do ridículo, o cúmulo.
Delícia pop...
Delícia que te leva ao túmulo

Morte da cultura rica:
Faustão, Gugu e dança com melancia.
Cultura barata e socada
Daquelas que provoca azia
Um modelo de ética molestada
Intolerante, absurda e arrasada.

Salvem a boa música dos programas de auditório
Salve o rock, o cinema e o teatro
A cultura popular de conteúdo
Salvem todos do pesadelo do pop
Cultivem a poesia e o que presta
Salve Seu Nelson e sua Rabeca.

César Vasco

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Minha Linda Madrugada

Na madrugada você é ainda mais linda
Mais pura, mais menina e mulher.
No silêncio da madrugada escuto a tua voz
Escuto meus pensamentos em ti
É quando sinto que não sou eu... Sou “nós”!

A madrugada me toma por mim
Pelo que sou e estou
A madrugada é você
Tem teu olhar, teu sorriso enigmático...
Tem meu olhar estático
Quando tendo te entender.

A madrugada é injusta
Afastando-me de ti pelo frio
Acabando com o calor dos meus pensamentos
Como barragem no rio
A madrugada é vários sentimentos num só momento.

E que sentimentos me trás os pensamentos?
Por ti, na madrugada, sou o alvo do cupido
A alma clara iluminada pela lua, por mim, contemplada.
E se roubo a luz da beleza lunar
É para entregar a ti, como se precisasses...
Mas para vesti-la como és: madrugada!

E como sou feliz em tê-la, madrugada
Por minha companheira
Minha doce ilusão de romance
O refúgio do cinéfilo da tua arte e minha
O personagem da madrugada boêmia:
O romântico e autêntico escritor de poesias.
   
César Vasco

Angústia

Quando me fizeram, esqueceram da dor.
Esqueceram que o mundo é bom e ruim
E depois de feito chamaram-me de romântico
E me colocaram no mundo dentro de uma redoma
E me chamaram de lunático!

Resguardado do mesmo amor que fui constituído
Tiraram-me a rosa
Tiraram-me a terra e a semente
Tiraram-me, apressadamente, do ventre
Envolveram-me de cuidados, hipocrisia e carinho
E não me deixaram ser gente.

Então, quebrei a redoma
Rompi com o absurdo que me vestia
Fui atrás da dor e do desprezo
Fui atrás das dúvidas com fervor
E encontrei as respostas numa flor
Vi-me diante do mais impossível amor

E sofri!
Não gritei, pois não tinha fôlego
Não chorei, pois não tinha lágrimas
Nem tombei, pois não tinha chão
Simplesmente, sorri...
Pois estava sofrendo e isto era diferente
Começava a ser visceral...
Sentia o que os outros sentem.

E pela flor lembrei-me da rosa
Rosa que nunca havia visto
E a flor que de tão bela se tornou frágil
Que de tão frágil chorou...
Chorou, pois em mim reconheceu o amor
O mesmo amor que, por ela, me toma
E chorou por não ser compreendida
A flor que se apaixonou pelo romântico que saiu duma redoma.

Você em Mim

Entendo-te e conheço-te tanto
Que o teu silêncio é sempre escutado pela minha alma!
Nunca deixo de pensar em ti
Pois, para te sentir nem é preciso fechar os olhos:
Tudo tem a tua cor e o teu cheiro.
Meus olhos sem luz, em tudo, enxerga tua essência de vida.

Tu és o espelho de mim mesmo
E como tal reflete meus desejos e pensamentos.
Por isso sei chegar tão fácil em ti
Por isso me apeguei tão fácil a você
Que ilumina meu dia com teus pensamentos que são meus.

E mesmo dizendo que corro de ti
E mesmo querendo não querer fugir
Como fazer para afastar-se de si mesmo?
Como posso negar-me o desejo,
O único desejo de ser eu mesmo?

César Vasco

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Para meu anjo sonhar

Anjo da guarda,
Existe outro anjo precisando de tua ajuda
Da tua atenção, proteção e carinho.
Um anjo que é meu anjo
Cuida dele com jeitinho

Cuida como se cuidasse da terra
Que faz crescer a flor
Pois o anjo é como a flor
Linda, pura e amiga,
Como deve ser o amor

Cobre-a com tuas asas
As mesmas asas que a levará aos bons sonhos
E que fará viajar por um céu de luz
Fazendo-a sorrir como criança
Cobre-a com tuas asas de esperança

Anjo,
Sei que cuidará deste anjo com amor
Pois ele merece cantar
Para seus pais e amigos a música da alegria!
E acordar bem para o futuro
Cheio de sucesso e fantasia.

César Vasco

Os Anjos


Anjos são românticos com asas
Os anjos e os querubins
Que habitam todas as casas
Sem aceitar a existência do fim

Vivem a cultura de serem bons
São românticos pelo positivismo
Não emitem sons nem sorriem,
Mas estão em todos os momentos de sacrifício.

Vivem nas lembranças dos românticos
Nos sonhos dos positivistas
Dos pobres, ricos e anarquistas
De beatas, céticos e vigaristas

São o alimento dos cristãos
Consolo para os desiludidos
Verdade para quem só aspira ilusão
Os sonhos dos adormecidos.

César Vasco

Meu Desejo


Acumulo sonhos distantes
E quando estou só o medo é uma constante
Bem próximo a mim resmunga o silêncio
Percebo como é grande essa terra de gigantes

Perdi minhas armas
Pelo cansaço de carregá-las
Perdi um grande amor
Quando caíram as pétalas da flor

De todos os sonhos
O mais distante é poder regar a flor
Entregando todos os meus feitos e ganhos
E ver renascer a beleza sem dor

Desejo aproximar os sonhos da realidade
Voltar a sentir o aroma da flor mais bela
Explorar essa terra demonstrando passividade
Fazer o mundo cantar assim como era

Desejo gozar com a música
Cantar a música que componho
Ser a música e ter a flor
Desejo ser os meus sonhos.

César Vasco