Guardei todas as palavras que você me disse
E as que não me disse, as agonizei!
Guardei comigo todos os teus olhares
E olhando para futuro, tuas lágrimas, não guardarei.
Guardarei, solenemente, o teu não!
E depois de entendido, guardarei o teu tchau,
Sem chão, guardarei por horas o mau em mim...
O que vem a ser o sorrir?
Em silêncio, guardo-me ao mundo,
Moribundo vazio de esperanças!
Este silêncio que me alimenta e energiza,
Silêncio e lembranças...
Guardo!
Guardo o singelo do teu “ir”,
O prazer imensurável do teu “vir”.
Guardo das músicas do Chico...
Seus comentários sobre nós.
À sós, silenciado pelo desprazer,
Guardo-me cínico!
Rasgo as cartas que guardei com o tempo.
Na verdade os envelopes...
As palavras que me envolveram um dia:
Fardo!
Farto da falta da verdade que guardo,
Farto da falta da verdade que guardo,
Morre o amor: Infarto!
Apagado, guardo minhas palavras ácidas e ferinas,
Guardo num papel a lição do silêncio: O Meu mentor!
A lição polida do teu olhar, com ou sem lacrimejar.
Estando proposto a, somente, imaginar,
Guardo comigo tuas unhas...
E o engodo em minha garganta a arranhar.
César Vasco
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