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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Breu


Tornei-me sério sem querer
Perdi a harmonia e a luz
A loucura foi-se sem eu perceber
Tristeza pelo olhar se reproduz

Aquela poesia que emanava no canto
Silenciou-se por dor na alma
E hoje se tento cantar para afastar a dor
É preciso respirar fundo e desejar ter calma

A poesia se foi sem música
A loucura tornou-se tormento
Como pesadelos diários sonhando contigo
Não consigo te tirar dos pensamentos

O grito de agonia no meio da noite
E o choro desvairado na mesma noite
Evidencia o quanto de ti tenho comigo
O resto de tudo que se foi é agora um açoite

Como um dia após a bebedeira
O estômago que coloca para fora o mau
Expurgo-te do meu peito sofrido
Acreditando que em outra encontrarei tua rival.

César Vasco

Sozinho

Sozinho e execrado pelo egoísmo
Envolto por desprezo: sozinho!
Perseguido por ti em pensamentos
Vivendo em dúvidas
Desperdiçando os momentos.

Sozinho no frio
Vivendo no terreno do ostracismo
De esquecimento material
Perdido no meu próprio eu
Caminhando no surreal.

Sozinho e ignorado
Num universo de sombras
Sem almas, nem brilho...
Sem corpos nem vidas,
Sob teto de vidro.

Sozinho
Nem no nascimento!
Hoje, sozinho.
Nem se fosse um objeto na estante
Em minha casa, sendo o meu moinho.

César Vasco

Vivendo a sonhar

Por que tinha que ser você?
Logo agora que percorri metade do meu caminho
Logo você que está iniciando o seu...
E o amor acomoda-se em meu peito como pássaro no ninho.

Não entendo o universo me trazer-te agora
Tão linda e perfeita, a flor!
Tão nova...
Tão cheia de amor.

E eu tão velho e cheio de cicatrizes
Às vezes tão profundas que te afasta o olhar
Eu tão velho enxergando tua alma com meus olhos sem luz!
Ridículo, apaixonado... Vivendo a sonhar.

Logo você se parecer tanto comigo
E eu não ter como não gostar disso
Porque sou feito você,
Que também gosta de Beatles.

César Vasco

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ela gosta de Beatles

Em ti percebi que o simples pode ser perfeito.
Sendo assim, fica mais fácil entender a simplicidade do belo.
Hoje observo-te com mais admiração,
Puro interesse em sua criação,
Pelo passional ou pela razão.

A bela composição da tua natureza
E o rico vocabulário das tuas indagações;
Prendem-me, entorpecido, a atenção.
Abre-me a retina em direção as tuas feições
Desejando agarrar-te o pensamento com a mão.

O declive perto da tua boca na face direita,
O tímido e discreto olhar no vazio,
Percebido nas tuas observações sempre coerentes,
Revelam uma fantástica alma  em seu cio
No singelo momento de mostrar a riqueza de ser gente.

Linda criatura humana,
Descrita e esculpida por mão divina,
Talhada para toda beleza profana,
E toda inveja que; por reverência, se inclina,
Mostra a elegância clássica da mulher e a pureza sensível da menina.

César Vasco

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Alma


A alma que meus olhos enxerga
Enxerga outra alma com seus olhos de luz.
A alma de olhos de luz eu enxergo,
E vejo a alma que os olhos de luz enxerga.

Sem olhos de luz enxergo a beleza:
Beleza que enxerga o desejo
Desejo eu tenho pela alma de olhos de luz
E sem luz entendo a alma que vejo

Apenas contemplo a alma que vejo
Único jeito de amar esta alma
Tímida e cálida, ela me seduz.
A alma que eu enxergo e que tem olhos de luz

E se essa alma me enxergasse com seus olhos de luz
Veria, não somente, meus olhos sem luz:
Enxergaria minha alma vazia,
Desejaria minha alma com seus olhos de luz.

César Vasco

Eu, apenas!


Falo apenas um idioma:
O meu!
Procuro por alguém para conversar
Não encontro ninguém
Por isso me encontro a pensar.

Introspecção de uma alma rica,
Culta e de objetivos bem definidos.
Sou linda e apaixonante,
De pensamentos positivos.
Impaciente com tudo que julgo relevante.

Preciso me expressar,
Preciso me apaixonar,
Preciso encontrar alguém,
Preciso de alguém como eu,
Que entenda meu idioma como ninguém.

Procuro um diálogo
De conteúdo... De satisfação.
Procuro ser entendida
Pela minha razão e emoção
Procuro um diálogo, razão e emoção sem medidas.

César Vasco