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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Desisto


Tentei me afastar da música,
Do lirismo dos livros.
Tentei observar a planta sob outro céu,
Distinguindo a vida de seus ritos e mitos.

Desprezei a pena e o papel...
Na tentativa de aniquilar o próprio sofrer.
Petrifiquei em sonhos, música e poesia.
Edificando-me sem arvorecer.

Rasguei risos e olhares,
Naveguei por entre conotações exatas,
Degustei o egoísmo mais material dos estrategistas,
Por fim, engarrafei o mar das cartas.

Mas, apenas tentei em vão esconder-me de mim.
E não achando sentindo nesse “amanhecer”,
Já dilacerado por essa nova roupagem,
Desisti da insana convicção de te esquecer.

César Vasco

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