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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Canto Sabiá

O sabiá perde sua rotina.
Deixando de cantar com harmonia,
Fazendo o sertão mais pobre.
Deixando sem sentido o pôr-do-sol,
O sabiá perde seu talento mais nobre.
Mas não perde a essência de ser sábio,
De ser o único a ter possuído tal canto.
Contudo, triste e sozinho, clama por paz interior.
Pede tranquilidade para repousar um tanto,
E entender a sua própria natureza,
Entender o que o faz calar,
O que sufoca o seu sentimento mais puro,
Assumindo sua situação de agonia,
Enfrentando seu destino com prumo.
E, enriquecendo-se com o dom de escutar,
O sábio sabiá aprende outras melodias,
Que agora entoam de sua essência,
Brotando um novo e mais belo cantar de sua natureza,
Tão destrinchada pela agonia em eminência.
Entende que seu dom atinge outros seres,
E que os pode provocar os sentimentos mais cúmplices.
Unindo corações e planos,
Eternizando emoções,
Criando laços e estruturas sólidas,
Transformando e celebrando paixões.


César Vasco

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