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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Foto de um olhar

Ah, esse teu olhar...
Congelou o meu!
E fez-me perder alguns minutos de extrema observação...
Contemplação!
E admirado perdi-me num bálsamo de fascínio.
Aliás, não perdi! Ganhei um sorriso espontâneo no rosto pela emoção,
E como a muito não sentia, tive alegria e uma tórrida vontade de conhecer a pessoa,
A dona do olhar.
Pessoa de sorriso místico, por isso, marcante,
Pessoa de sorriso puro e cativante.
E esse teu olhar faz mesmo a gente viajar.
Encontrar no fundo da tua íris a miscelânea de um belíssimo mar,
E se, por loucura, nos deixar levar
Para dentro do teu olhar
Sentiríamos o conforto do peito amado,
Sentiríamos muito bem abrigados,
Embalados nos braços mais apreciados,
Abrigo que não somos os donos!
Mas que desejamos por, sentimentos, ter.
Abrigo dos nossos sonhos.
Ah, esse teu olhar...
Se imaginasses quantas palavras teria para elogiá-lo,
Com certeza outras fotos você iria publicar
E eu, obcecado, não pararia de olhar.
Entenderias que, para nós, é fácil se apaixonar,
Não essa paixão corriqueira dos novos amantes.
Paixão clássica, de rosas em punho...
Que fez Neruda amar Matilde!
E sabendo que entraria no corredor fechado do absurdo,
Teria coragem de sempre falar, escrever... Publicar,
Sempre para esse olhar absoluto.

César Vasco

P.S.: Totalmente inspirado numa foto de alguém que ainda não conheço, mas que vou conhecer!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Primeiro!

No dia mais triste da minha vida
Encontrei-me no vazio interior
Encontrei um alguém na vida de quem eu aguardava.
Encontrei o silêncio..., um invasor.

Entendi mais que aceitei quanto mal era estar só
A possibilidade de ser “dois” esvarria-se
Tão rapidamente quanto soprar o pó
E nos meus olhos tristeza via-se.

Tão triste era o ser
Tão desprendido era aquele sentimento moribundo
Que de vergonha se comprimia dentro do peito
Destruindo todas as ilusões de um mundo.

Assim foi o primeiro amor
Que dividiu o ser entre emoção e razão
Que fortaleceu o peito com uma cicatriz
Que fez nascer um romântico com o dom do perdão.

César Vasco

Nunca Sorria para mim!

Olhe para mim com raiva
Olhe com desprezo e arrogância
Faça-me sentir medo de ti
Abuse da minha ignorância

Aproveite meu momento mais fraco
E jogue toda sua indiferença
Mas faça isso com vontade
Para que eu perca toda minha crença

Utilize de violência nas palavras
Pois, preciso disso para te esquecer
Seja maquiavélica, vil e mentirosa
Para eu não mais amar você

E não esqueça de ser irônica
A ironia destrói o amor
Abuse disso sendo sarcástica
Sem piedade cause-me dor

Faça tudo isso agora
Ao invés de sorrir para mim
Teu sorriso é meu vício
O desejo de ter você sempre aqui

César Vasco

Sem Dor, Sem Amor.

Não imagino-te presa a solidão
Nem suspirando por um passado sem glórias
Imagino-te segura de si
Saboreando e acumulando vitórias

Imagino-te satisfazer o ego
Encontrando em certas noites o doce vazio
Um caminho curto de prazer
Um desprendido sentimento doentio

Que inveja de ti se for assim
Andar sem peso no peito
Sorrir só por sorrir
Sem sentimento, sem jeito.

Sem dor, sem amor.
Sem choro pela dor
Vivendo tudo sem construir nada
Viver e viver sem pudor.

César Vasco

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ser Gente!

Se não amas não sofres.
Se não sofres não sentirás a felicidade instantânea.
Mas, isso é amor?
Ou apenas uma forma de sofrimento tardio?
Seja como for,
Se não sofres
Nunca terás o direito de errar por um grande amor.

César Vasco

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

(VI)

Mora na memória a mulher mais linda
Esculpida por meus olhos de dia
Que por toda semana é assistida
Como pássaro voando na cidade fria

Possui cheiro de sonho
E sorri como o ar que respiro
Carrega a adolescência de menina
E a delicadeza certeira do espinho

Como anjo não sente a maldade
Nem imagina o que possam os outros pensar
Vive a tranquilidade da inocência
Derramando beleza a quem sua alma consegue enxergar

Copo cheio de incertezas
Que poucos se atrevem a beber
Com medo da fina personalidade juvenil
Muitos apenas observam sem imaginar ter

Mas seu carinho é cobiçado
A deliciosa alma que se apresenta em seus lábios
Fascinando o coração de quem a contempla
Atrai o desejo dos carentes e aguçados

Linda criatura que habita meu imaginário
Por dias me trazendo inspiração
Traduzir sua beleza, seu sabor formidável.
É a razão da minha vida... Pura fascinação.

César Vasco

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Poesia pra ti!

Temporal é a beleza física!
Assim como toda raiva deve ser passageira.
Mas a fantástica obra que se vê pelo misto de beleza interior e física,
Faz merecer o nome de perfeição.
Como chamo a mais bela perfeita?
“A mais bonita!”
Como Marília,
Que de tão linda transcende a condição mortal.
Bela como Deusa, bendita e natural.

César Vasco

Tudo de bom que está em ti

Quando se morre também morre a rotina de quem vive ao lado,
De quem sempre esteve presente.
Quando se morre nasce, involuntariamente, a memória.
Nas mesmas pessoas que nunca estiveram ausentes.
Fortalece a admiração e o respeito.
Quando se morre!
Pouco se leva quando se morre,
Leva-se o mais belo,
Tudo aquilo que não pode se pegar,
Tudo que foi conquistado em vida das melhores pessoas,
Tudo aquilo que um dia fez alegrar.
Porém, muito cuidado!
Quando se morre não se leva o coração,
Leva-se o que esta dentro dele,
Todo o seu conteúdo fantástico,
Um baú constituído de emoção.
A essência da própria vida,
A centelha de amor e ódio assentada com o dom do perdão.

César Vasco

Um dia fui amado

Percebo a presença de anjos
Com o branco de poesias claras
Emitidas por teu olhar vespertino,
Pelo teu sorriso mais clássico,
Todas as luzes dos teus movimentos,
A aquarela em papel liso e mágico.
A serenidade que habita tua alma
Não é a mesma que ocupa teu coração
Percebo um turbilhão de emoções aos amores
Sempre ao lado das pessoas escolhidas.
E como é lindo vê-la feliz!
E tendo alegria por emoções a ti sentidas
É maravilhoso completar o teu mundo,
É autêntico ser teu como és para mim!
Sem dores cotidianas.
O amor que habita em ti,
Inundando-te de alegrias por falar dele mesmo,
Reflete tua áurea inflada pelo romantismo
Sem espaço para o feio e o absurdo,
Preenchidas de pensamentos positivos.
E como é bom vê-la amar!
Como é bom ser teu amor!
E contigo olhar, num dia de tarde, o mar.
Comparar-te a ele e perceber, em ti, a suma magia,
Que inspira românticos, lunáticos... como eu!
Que faz evidenciar tua melhor qualidade,
O teu símbolo de existência,
A tua condição de sempre amar com verdade.

César Vasco

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

(II)

Dizer até gostaria
Mas, nós dois, não pode ser.
Certamente o mundo cairia
Se um dia você viesse a saber.

É impossível para mim
E surreal para você
Muitas batalhas iriamos enfrentar
Se um dia pensar em te dizer

Se você me aceitar
O que não é adequado pensar
Perderia parte do meu mundo, minha tranquilidade.
Mas, com certeza, feliz iria me encontrar.

Nunca vou te dizer
E nos meus olhos você até poderá encontrar
Pois esta dentro de mim
Ou nos versos que eu inventar

César Vasco

Nossos caminhos

A mulher no corredor trabalha
Limpando o chão devagar
Capricho de quem sabe da batalha
Esperando o chão secar

O patrão pára e observa
Parece que vai falar
Nota como tudo brilha aos seus pés
E em respeito volta sem sujar

Ela nem percebe
E interrompe seu trabalho satisfeita
Pois, logo aparece outro corredor vazio
E retoma sua obra perfeita

Esse é o caminho a percorrer
E a mulher, que não cansa da lida,
Vive feliz sem correr
Limpando, dignamente e feliz, os caminhos de nossas vidas.

César Vasco

(Este poema foi inspirado no trabalho bonito e esforçado das mulheres e homens que trabalham na limpeza do colégio Contato. Que, com dignidade e muita esperança de dias melhores, harmoniosamente limpam os nossos caminhos todos os dias. Muito obrigado.)

“Queria me especializar no que faço... aprender mais. Porque amo muito o que faço!”

Roseane.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Solidão

Solidão é coração partido
São olhos abertos para um infinito vazio
Um buraco negro de emoções sem cor
É música antiga em novos sentimentos
Uma aula de sobrevivência do amor.
Solidão é acordar sem tempo
Sem destino e conclusão
É labirinto aberto sem esquinas
Fronteiras sem lugares
Ausência de emoção
Solidão da boa não se sente
É curtida como vinho
É amarga e queima a alma
Ferida latejante no âmago
Noite sem sono
Sem percepção e sem calma
Solidão é um oceano de movimentos estáticos
É estar servido de lembranças impuras.
O que é solidão?
Solidão sou eu!
Um monólogo cheio de palavras mudas.

César Vasco

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Canto Sabiá

O sabiá perde sua rotina.
Deixando de cantar com harmonia,
Fazendo o sertão mais pobre.
Deixando sem sentido o pôr-do-sol,
O sabiá perde seu talento mais nobre.
Mas não perde a essência de ser sábio,
De ser o único a ter possuído tal canto.
Contudo, triste e sozinho, clama por paz interior.
Pede tranquilidade para repousar um tanto,
E entender a sua própria natureza,
Entender o que o faz calar,
O que sufoca o seu sentimento mais puro,
Assumindo sua situação de agonia,
Enfrentando seu destino com prumo.
E, enriquecendo-se com o dom de escutar,
O sábio sabiá aprende outras melodias,
Que agora entoam de sua essência,
Brotando um novo e mais belo cantar de sua natureza,
Tão destrinchada pela agonia em eminência.
Entende que seu dom atinge outros seres,
E que os pode provocar os sentimentos mais cúmplices.
Unindo corações e planos,
Eternizando emoções,
Criando laços e estruturas sólidas,
Transformando e celebrando paixões.


César Vasco