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quarta-feira, 26 de março de 2014

Abraço de Vó



Senti o meu passado me abraçar
Como se o abraço fosse da cadeia do meu DNA

Senti a alegria de dia para o conforto da noite
A certeza daquele sorriso espantando a dor do açoite...

Das horas de solidão e conquista
Para aquele mesmo abraço que a mim confortaria

Senti uma vontade de voltar inesperada
Daquela arrebatadora... não controlada.

Senti e não pensei no trabalho de retornar... nem no cansaço.
Vó, senti saudade e voltei para o teu abraço.

César Vasco

Para Onde, Dia?


Para onde vai o teu dia?
Que condução o leva ao metódico destino?
Que destino é o melhor caminho de dia ou à noite,
Para o teu dia sem tino?

Para onde vai o teu dia?
Que pessoas o carregam e como?
E como queria que fosse o trajeto e acomodações:
Razões, emoções, bíblia ou Camões?

Para onde vai o teu dia?
Você segue com ele ou o vê passar pela janela?
Já era o tempo de andar?
Viver o olhar admirando como sentinela?

Para onde vai o teu dia?
O que busca a bússola do teu norte:
À própria sorte, se resolves só ou choras?
Temes a morte?

Para onde vai o teu dia?
Paras onde vai o teu dia,
Ou segues o dia para onde vai a lua:
Felicitar com luz e maestria almas vazias!?

César Vasco

Exclusão



Tomaram o meu mundo
Contudo, o verbo continua meu
O que não mais me pertence é o meu mar
O ar que respirava pensando em você
O tempo que eu nem via passar.

Levaram-me, a segurança da certeza
Junto a agonia da espera
Roubaram-me de dentro de casa
Para a vala da dúvida da tua volta
Sem resposta, fiquei sem cara!

Surrupiaram minhas queixas
Que exigiam suas neuras
Furtaram o meu ego em teus elogios
Meu sorriso no teu sorriso
Todos os sentimentos ardentes e frios

Excluíram-me!

Da vida sua
Excluíste-me
Da tua alegria e vida adulta
Tomaste o meu tempo, razão e sentimentos
E nunca houve momento te incluir nos pensamentos
Pois, nunca exclui a emoção
Pesadelos e tormentos
Nem percebia que tu me excluía a todo tempo.

César Vasco