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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Chuva



A chuva da solidão é visceral
Molha a casa de casca e carcaça,
Dura e sem sentidos
Chuva de injustas lembranças,
Renasça sem carapaças.

Saudade é chuva em meu telhado
Molha a consciência com e sem ternura
Escorre da alma em essência pelo foco da vida
Em dor de desventura.

A chuva quando fina,
Maltrata em ardor lentamente,
Abre fendas na solidez do ego
Modificando corações e mentes.

O barulho da chuva no terraço
Assusta, mesmo, as breves lembranças felizes,
Arranca de edificações eternas a tranquilidade do ébrio,
Finca a solidão em sólidas raízes.

A chuva forte manipula qualquer emoção,
Eleva conotações melancólicas aos olhos,
O puro, singular, singelo pranto...
Evidencia o flagelo de sentimentos sórdidos.

César Vasco

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