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quinta-feira, 5 de maio de 2016

À máquina de Escrever

Eu escreveria numa frase o que queria te dizer
Mas, não sei me escrever.
Se soubesse te descreveria a ti sem modesta minha
Sem minhas palavras não posso em ti, me descrever!

Eu te descreveria em máquina de escrever,
Descreveria o som da máquina que me faz lembrar você
E, se eu soubesse escrever à máquina...
Descreveria o que eu via quando eu era o teu viver.

Quando eu era o que eu era
Quando eu era daquela época, uma máquina de escrever...
E te descrever na marra e na máquina o que eu nunca fui.
Nunca fui de escrever pra você por dever!

Eu nunca escreveria pra você, por dever, sem saber numa máquina de escrever.
Eu nunca quis descrever o que hoje acontece
Este ser que descreve o passado apenas, me aquece!
Esquece-me a te descrever, que eu te esqueço ao me ver.


Mesmo que isto aconteça entrelinhas e sem querer!

César Vasco

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