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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Acabou

O amor acabou
O caba que amou
Acabou com o soneto
A rima irmã da poesia, acabou
Pois, se encontrou e verdejou
Abandonou a lírica que o ajudou
Para viver o presente
Ausente de romantismo
Sucumbiu a máxima dor do bolor da existência
E resolveu acabar
Dissecar o amor próprio
E descobriu os momentos sombrios desperdiçados
Malfadados momentos sem tempo... sem sentido
Sentindo que deveria acabar com a solidão
Pegou o violão e acabou com a melodia
Cantou as palavras da alegria
Sem rima, sem sina, sem o frio da melancolia
Cantou, sorriu, correu e viveu
Depois, começou...


César Vasco

quinta-feira, 5 de maio de 2016

À máquina de Escrever

Eu escreveria numa frase o que queria te dizer
Mas, não sei me escrever.
Se soubesse te descreveria a ti sem modesta minha
Sem minhas palavras não posso em ti, me descrever!

Eu te descreveria em máquina de escrever,
Descreveria o som da máquina que me faz lembrar você
E, se eu soubesse escrever à máquina...
Descreveria o que eu via quando eu era o teu viver.

Quando eu era o que eu era
Quando eu era daquela época, uma máquina de escrever...
E te descrever na marra e na máquina o que eu nunca fui.
Nunca fui de escrever pra você por dever!

Eu nunca escreveria pra você, por dever, sem saber numa máquina de escrever.
Eu nunca quis descrever o que hoje acontece
Este ser que descreve o passado apenas, me aquece!
Esquece-me a te descrever, que eu te esqueço ao me ver.


Mesmo que isto aconteça entrelinhas e sem querer!

César Vasco