Descobriu a defesa da flor pela dor
Descobriu a mão para ser delicado
Descobriu que, mesmo assim, estava agredindo
Bebeu o sangue fustigado.
Mas, não desistiu da rosa e resolveu agredir:
Pegou a tesoura e descobriu a soberania
Cortou o talo, limpou-o com uma faca...
Sentiu-se em demasia
Não compreendeu o próprio gesto
Não se arrependeu do ato
Sentiu-se um herói derrotando moinhos
Descobriu a ambição e desguardou-se do fracasso.
Fez isso uma, duas... vinte vezes!
Enrolou o ramalhete e preparou-se burguês:
Cheirando mais que as rosas e enfeitado mais que o buquê.
Em gesto tradicional o entregou a amada e se satisfez.
Mas, não quis ouvi-la
E descobriu a desilusão
Por não entender o motivo dos espinhos na rosa
Hoje cultiva solidão.
César Vasco
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