Não
repare nos meus olhos fechados
Entenda
que, aos sonhos, podaram asas.
O
infinito antes desejado,
Agora
finda no obscuro da minha casa.
Se
desertos desbravastes por sentimentos
Por
eles castelos de areias edificastes.
Uma
tentativa humana em ser perfeita.
Uma
heroica aventura de Cervantes.
E
o amor não reside em rosas,
Nem
margeia os sonhos dos cavaleiros.
Ante
o perigo da traição à coroa,
Ante
os beijos molhados nos campos de centeio.
Pudico
o palhaço na corte,
Cortejando-te
com seu alaúde
De
olhos abertos: estes cegos!
Saudável
plebeu delinquindo-se à miúde.
Não
repare em meus sonhos mortos.
Em
minha batalha perdi meu elmo e escudo.
Não
condene minha cruzada,
Nem
me tire deste castelo frio e escuro.
O
deserto que vive em mim
Outrora,
era um campo e margaridas,
Devastado
e apunhalado campo...
Pelas
batalhas enxergam-se todas as feridas.
César
Vasco
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