Pesquisar este blog

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O Cavaleiro Derrotado

Não repare nos meus olhos fechados
Entenda que, aos sonhos, podaram asas.
O infinito antes desejado,
Agora finda no obscuro da minha casa.

Se desertos desbravastes por sentimentos
Por eles castelos de areias edificastes.
Uma tentativa humana em ser perfeita.
Uma heroica aventura de Cervantes.

E o amor não reside em rosas,
Nem margeia os sonhos dos cavaleiros.
Ante o perigo da traição à coroa,
Ante os beijos molhados nos campos de centeio.

Pudico o palhaço na corte,
Cortejando-te com seu alaúde
De olhos abertos: estes cegos!
Saudável plebeu delinquindo-se à miúde.

Não repare em meus sonhos mortos.
Em minha batalha perdi meu elmo e escudo.
Não condene minha cruzada,
Nem me tire deste castelo frio e escuro.

O deserto que vive em mim
Outrora, era um campo e margaridas,
Devastado e apunhalado campo...
Pelas batalhas enxergam-se todas as feridas.


César Vasco

Nenhum comentário:

Postar um comentário