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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Fátima

Fátima sorrindo da saudade vicia em vê-la
Fátima só, rindo da saudade, sob o sol e vendo o mar
Nem dá pra imaginar essa Fátima!
Mas, se Fátima fosse a saudade,
Talvez, nasceria um sorriso de canto de rosto!
Fátima, na verdade, de tanta saudade nem sol nem rio.

César Vasco

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O Farol e as Estrelas

Tá vendo aquele farol?
Logo ele apagará e não saberemos se chegará um só navio
Mas, vidas navegam por aí
Lançadas ao mar, esperando o futuro brilhar por este farol

E essas estrelas sobre nossas cabeças?
Essas vidas também estão as enxergar
Projetando o futuro na terra em que estamos sentados
E as estrelas a observar o desenrolar de todas as vidas
O farol, nós e as estrelas

Certa hora, quando o sol se apresentar
Este farol irá se apagar
Assim, como as estrelas que irão descansar
E nós estaremos aqui.
Sentados, abraçados vivendo o presente e matando o futuro a cada segundo
Matando o futuro que tornar-se-á presente.
Não sei se para nós!


César Vasco

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Gosto Tanto de Você!

Gosto quando você aparece naquela hora certa
Gosto quando, no único minuto que não penso em ti, você me diz: oi!
E quando você tenta me dizer que sua pele arrepiou com o meu oi
Gosto de te surpreender e te fazer sentir o coração parando de bater por alguns instantes
E quando você me pergunta sobre os meus quererês...
Eu gosto tanto de você!

Gosto de quando você me manda as fotos dos seus segredos
Gosto quando revelas os mistérios que tens
Gosto quando você me diz que, antes desse tudo, já gostavas de mim
Gosto de saber e te fazer bem

Se eu soubesse antes o sabor que é gostar de você?
Se antes eu soubesse que você já sabia o que, por mim, sentia?
E se eu acreditasse no meu peito batendo forte na minha consciência?
Hoje é o meu coração quem diz: “eu sei... eu tinha razão!”

Gosto de sua timidez gritante
Gosto do teu silêncio confuso
Adoro dizer que gosto do você no mais simples olhar fugaz
E se um dia eu não te disser tudo isso olhando pra você,
Saiba que estarei catando palavras para te dizer que te gosto ainda muito mais

César Vasco

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Clotilde

Você está muito enganada ao meu respeito, Clotilde.
O fato de pensar em você no momento que eu acordo as cinco da manhã
Até a hora que eu vou tomar banho as cinco e cinco
E lembrar do seu abraço quando saio do banho com a toalha
Não te dá o direito de imaginar que você vive na minha cabeça.
Tô achando que você está se enganado, “Darling”
Se você pensa que eu estou pensando em você
Simplesmente, porque eu coloco no meu café, no meu... meu café...
As duas colheres de açúcar que você colocava no seu
(É que eu não lembro de comprar o adoçante que você me comprava),
Mas... isso não te dá o direito de imaginar que eu estou pensando em você,
Clotilde...
Nesse momento só estou escrevendo isso
Porque me lembrei de te avisar pra não sonhar comigo, tá!
Porque, a noite passada quando você apareceu no meu sonho eu esqueci de dizer isso
Clotilde, não se iluda...
Querida.

César Vasco

sexta-feira, 8 de julho de 2016

O Oco da Mão

Caiçara, abra a cabaça e encontre coco
Caipira, abra o rio e encontre o fio de vida
Menina, abra a minha mão...
Olha, você pode ficar com ele, tá!?
Não precisa me devolver não!
Fica com ele que é melhor com você que na minha mão.
Fica, menina com o meu coração
Fica com ele.
Assim, não me sinto tão só
Não me encontro com a solidão e com o vazio que há nele
Coloca índio, batuque e viola nele
Põe harmonia e gauchices... e oxi, visse, otite
Põe sentido do balaço do bumbo
Dança com ele na sua mão
E o carrega de energia e pra casa... Vai!
Carrega ele com você
Como se não houvesse pra que, Caiçara.
Leva ele pra ele não doer... Paz

Abra a cabeça
Não pira, Caipira com o rio escorrendo da tua mão
Põe batuque na canção,
Água e açúcar que o colibri vem!
Encontra a paz de estar, realmente, bem
Fica perto das árvores... dos coqueiros.
E, quando cair um coco no chão
Nunca hesite em beber da sua água não!
Depois, abra a cabeça e entregue-se à Caiçara
Como fosse, Caipira, o próprio coração estendido na mão.

César Vasco

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Visceral

O sentimento mais incerto é o amor!
E o medo o que é?
O sentimento mais natural é a felicidade,
E a dor não é natural.
O sentimento mais absurdo é preconceituoso e preconceituado
O sentimento mais banal é a inveja.
O verso não importa.
É tudo visceral!

César Vasco