Pedra, pedrinha
Água, carro e banho de lama na barra da calça
Uma esquina, outra esquina e mais uma rua que não termina.
No caminho da escola que é o meu serviço
Caminho controlando a pisada ante o meu refugar
Cabisbaixo, marchando o pensamento do dia
Pensar, pisar, apesar da dor no calcanhar
Futuro o passear!
O sol olhando o relógio
O ônibus que não viu o sol, mas buzinou!
Acordei à melodia das flores numa calçada
Calçado de vazio, àquele ramalhete, minhas mãos o arrancou!
O peso em minhas costas leva o meu futuro
Livros, sonhos e meu caminhar sozinho
Depois da última calçada, uma catraca.
A saudação seguida de um sorriso
Duma resposta espontânea me apercebi, nas mãos, o
carinho:
“São flores que peguei no meu caminho!”César Vasco