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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Avenida Retrato

Chiclete pisado, achatado, secado e escuro.
Pedra, pedrinha
Água, carro e banho de lama na barra da calça
Uma esquina, outra esquina e mais uma rua que não termina.

No caminho da escola que é o meu serviço
Caminho controlando a pisada ante o meu refugar
Cabisbaixo, marchando o pensamento do dia
Pensar, pisar, apesar da dor no calcanhar
Futuro o passear!

O sol olhando o relógio
O ônibus que não viu o sol, mas buzinou!
Acordei à melodia das flores numa calçada
Calçado de vazio, àquele ramalhete, minhas mãos o arrancou!

O peso em minhas costas leva o meu futuro
Livros, sonhos e meu caminhar sozinho 
Depois da última calçada, uma catraca.
A saudação seguida de um sorriso
Duma resposta espontânea me apercebi, nas mãos, o carinho:
“São flores que peguei no meu caminho!”

César Vasco