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sábado, 13 de agosto de 2011

Dores Noturnas

O escuro das lentes dos meus óculos
Não apenas escondem a cor da minha íris
Escondem o esforço na busca pela alegria
Escondem a lírica harmônica da alma
A essência pacífica que definha
                     
Contudo, os olhos não observam a luz do sol
Que o negro das lentes absorvem
Como absorvem e não transpassam outras conotações de beleza
Filtrando o que deveria ser consumido:
A beleza como alimento da alma
Tornando o ser menos atrativo

O escuro das lentes bloqueando a inspiração
Como forma de escudo para uma possível dor
O ser consumido por esta dor!
Que agride protegida por lentes escuras
E que não é combatida pela beleza:
Dores noturnas!

As dores são melhores compreendidas pela cegueira da alma
Ironia, a alegria é que é cega!
A alegria não precisa de óculos negros
A tristeza olha para dentro do ser
Quando a alma procura a, alegria, merecer.

César Vasco

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

F.


Gostaria de te chamar assim;
Como cor de pele que expeli flor
Ou flor sem cor ou rubra no calor
Chamar-te de brilho de sol
Como a flor da janela: amarela
E cores de amores em aquarela

E chamando-te assim
Sigo a verdade dos meus olhos audazes
Que, sem luz, enxergam tua luz
E cores de cinema ou poema
Que deslumbram formas sem normas
Beleza de beleza única na natureza:
Pura  nua da mais imponente realeza.

Chamar-te de sorriso lindo
Como o sorriso que te alegra
Que, a mim, alegra
Que mostra o quão diferente é tua felicidade
Alternada de angustia pela realidade
Que os monstros do baú, a ti, impõem
Nos porões
Que fazem das tuas praias sertões
Sertões que meus olhos enxergam a força
De não ser, simplesmente, uma moça
De ser menina tímida
Como prosa lírica
Você, a criatura mais linda à minha vista.

César Vasco

Esquecer


Dizer que te esqueci é ser verdadeiro
É mentir ao papel o fato de te esquecer
Ou omitir a verdade a mim mesmo
E esquecer que eu quero te esquecer

E não quero e não encontro a verdade
Ou minto pra mim mesmo o que sinto
Porém, não omito, para ti, o que sinto
Ou não há verdade no que omito?

Então, não sei se te esqueci?
Nem se não houvesse verdade
Nem omitindo-te o que sinto
Então, deixo pra te esquecer mais tarde.

César Vasco