O escuro das lentes dos meus óculos
Não apenas escondem a cor da minha íris
Escondem o esforço na busca pela alegria
Escondem a lírica harmônica da alma
A essência pacífica que definha
Contudo, os olhos não observam a luz do sol
Que o negro das lentes absorvem
Como absorvem e não transpassam outras conotações de beleza
Filtrando o que deveria ser consumido:
A beleza como alimento da alma
Tornando o ser menos atrativo
O escuro das lentes bloqueando a inspiração
Como forma de escudo para uma possível dor
O ser consumido por esta dor!
Que agride protegida por lentes escuras
E que não é combatida pela beleza:
Dores noturnas!
As dores são melhores compreendidas pela cegueira da alma
Ironia, a alegria é que é cega!
A alegria não precisa de óculos negros
A tristeza olha para dentro do ser
Quando a alma procura a, alegria, merecer.
César Vasco